Quando anunciaram que o Tim Burton ia dirigir o filme de
Alice no País das Maravilhas, imediatamente me veio aquela sensação de “mas ué,
ele já não dirigiu isso antes?”. Não, não tinha dirigido, claro. “Mas ué, por
que demorou tanto?”. Afinal, as duas coisas sempre tiveram tanto a ver que, sei
lá, me parecia óbvio que a união tivesse acontecido antes. Tudo que é filme do
Burton tem uma estética que tem cara de ter saído dos livros de Lewis Carroll,
enfim.
O mesmo princípio vale para o RPG Dungeons & Dragons e o
card game Magic: The Gathering. Ambas as marcas são propriedades icônicas do
mundo dos jogos de mesa, são ambientados em universos de fantasia, abordam o
conceito de multiversos e planos alternativos de realidade – e, caralhos, ambos
são da Wizards of the Coast. Dá pra imaginar que nunca rolou um mix entre ambos? Pelo menos
oficialmente?
Pois é, nunca mesmo. Mas sempre é hora de corrigir este
erro. E espero que o resultado não seja sequer parecido com a Alice do Tim
Burton, por que aquele filme...
Minha mais sincera opinião...
Mas deixando essa possível treta de lado, a WoC acaba de
lançar, gratuitamente e em formato PDF, o suplemento de 38 páginas Plane Shift:
Zendikar. Material promocional para divulgar um livro de arte inspirado na mais
nova expansão de Magic (The Art of Magic: The Gathering—Zendikar), ele permite
adaptar os conceitos do jogo de cartas para criar aventuras usando a 5a edição
do mais conhecido sistema de RPG do mundo. Ainda bem que algo mudou na cabeça
dos executivos da companhia, que em outros momentos já tinha se declarado
contra misturar as duas marcas para evitar “confusão na cabeça dos fãs”.
*Cá entre nós, que desculpa de merda. Trocentas mil adaptações de Transformers pra outras midias e crossovers malucos com tudo quanto é equipe de super herois nunca atrapalharam os fãs. E isso é que vai confundir a cabeça dos fãs?
E que p0&¨@ é Zendikar?
A ambientação de Zendikar é um vasto deserto selvagem, com
montanhas destruídas e florestas acabadas, cujos poucos focos restantes de
civilização existem principalmente em torno de expedições que saem em busca de
tesouros em locais distantes, em meio a ruínas ancestrais. Pra completar,
surgem do nada seres poderosos conhecidos como Eldrazi, uma raça que viaja pelo
multiverso, alimentando-se de realidades inteiras ao sugar toda a sua mana (a
substância primordial da magia).
Desenvolvedor-chefe de Magic, Mark Rosewater já afirmou
oficialmente que, para desenvolver os Eldrazi, criou um conceito que mistura as
criaturas dos mitos de Cthulhu, da obra de H.P.Lovecraft, e o lendário
Galactus, o devorador de mundos da Marvel.
Um Eldrazi e seu futuro lanchinho |
Agora os planeswalkers, magos que costumeiramente batalham
entre si (basicamente, toda a ideia por trás de Magic), terão que se unir para
derrotar os Eldrazi. Em Zendikar, somos apresentados a três planeswalkers, que
podem ser vistos em cartas especiais: Nissa Revane (mágica verde), que já tinha
aparecido no jogo para Duels of the Planeswalkers; seu inimigo mortal, o
vampiro Sorin Markov (mágica preta + branca); e uma nova versão de Chandra
Nalaar, agora batizada de Chandra Ablaze (mágica vermelha), que já tinha
aparecido no livro The Purifying Fire.
Aliás, por falar nas cinco cores de magia que são tão
características de Magic, elas não vão fazer assim tanta diferença quando você
for jogar Zendikar em D&D. Um druida pode invocar mana verde e uma criatura
vegetal gigantesca, mas ele vai ter que fazer isso usando as regras de magia de
Dungeons & Dragons, como de costume.
“Nosso objetivo não é tentar replicar a experiência de jogar
Magic no seu RPG”, afirma a WoC, em comunicado oficial. “O ponto aqui é experimentar
os mundos de Magic de uma outra forma, sob as regras de D&D. Tudo que você
precisa são as raças para os personagens, os monstros que eles vão enfrentar e
algumas ideias para rolar a campanha”.
Bom, se quiser fazer esta experiência, que é uma espécie de
crossover histórico para o mundo dos jogos de mesa – e o que é melhor: totalmente digratis, Clica no link abaixo:
0 comentários:
Postar um comentário