Para John Wick, D&D não é RPG... É o quê,man?

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Vou avisando de antemão: Esse post é um desabafo diante da minha irritação com opinião de uma pessoa. Logo,se você não gostou da minha opinião sobre os RPGs eletrônicos, não vai gostar desse!

Já ouviram falar de John Wick? Ele é autor de uns jogos bem legais, alguns que eu gosto muito, como Shotgun Diaries e Blood and Honor. Mas, apesar de fazer jogos legais, John Wick tem um terrível defeito:falar demais, se arriscando a dizer besteiras, o que geralmente vêm de sua atitude de evangelizar sobre os jogos que ele gosta, geralmente em detrimento de jogos que ele não gosta.

Recentemente ele publicou em seu site/blog um artigo (linkei ele para vocês darem uma olhada, e ver que não estou exagerando) em que ele fala sobre o que é RPG para ele, comparando jogos que não fazem o que ele quer, "contar histórias", com Board Games, inclusive falando que D&D (mas poderia ser qualquer outro RPG que não atenda à demanda específica dele) não é RPG. 

Raciocinem comigo, leitores: Se o D&D, que criou o termo RPG, que começou toda essa indústria, não é RPG,então o que Caralhos é?

Para ele,John Wick, só os RPGs que focam em contar um história acima de qualquer outra coisa é um RPG! Se o jogo tiver regras de combate que detalhem o dano de uma arma em relação a outra, ele é um Board Game, já que isso, para ele,  isso não tem a menor importância para contar histórias. A única coisa que importa é o que vai acontecer e não como. Se o jogo não for focado para contar um tipo de história específico,como os jogos dele que são histórias de sobreviventes de um Apocalipse Zumbi (Shotgum Diares) ou sobre um clã de samurais lutando pela supremacia no Japão (Blood and Honor) ele não é um RPG, e sim um Board Game.Em termos bem simples: O que ELE FAZ É RPG e o que os OUTROS fazem, por ser diferente do que ele faz,Não É RPG!

Além disso, segundo ele, você pode jogar alguns desses RPGs, incluindo todas as edições de D&D só com as regras não se importando com qualquer história ou narrativa (Perdoem-me leitores mas: PQP!Será que ele leu algum livro de D&D ou já o jogou alguma vez?).Ou seja, não importa se há uma história, uma razão pro traz de uma aventura, se os personagens devem escolher entre salvar alguma pessoa em perigo ou buscar os tesouros que pairam sobre sua ambição. Não importa que os jogadores interagem entre si, interpretam pessoas diferentes do que são e alteram o mundo imaginário ao redor deles, mudando-o para melhor ou pior a partir do sucesso ou não de suas aventuras. O que importa, é que se o jogo tem regras de combate com um certo nível de detalhe, então isso só pode querer dizer que o combate é a única coisa que importa no jogo.

Em minha modesta opinião, isso é ser limitado demais! Se existem diversos RPGs é porque eles oferecem experiências de jogo igualmente diversas. Até porque as pessoas querem coisas diferentes dos RPGs. Algumas pessoas querem um mecânica totalmente focada para contar um tipo de história específica, sendo que os detalhes de como aquela história aconteceu ou quanto de dano uma garrafa de Pitú Cola dá em relação a uma espada não importa. Mas para outras, como a espada acertou o inimigo e o estrago que ela fez é importante. Vocês, leitores, já leram um livro de Cornwell? Cada movimento, ataque, esquiva e outros detalhes de uma luta, sejam ela de um exercito ou de um personagem, são narrados com detalhe e emoção. Não importo só que ele venceu uma luta, mas como ele venceu essa luta. Para algumas pessoas (como eu) e histórias (como as de Corwell), esse detalhes são importantes SIM!

O que parece escapar ao entendimento de algumas pessoas, como Wick, é que o conceito de RPG é algo difícil de se definir perfeitamente! Trata-se de um jogo que permite que os participantes tenham uma experiência ficcional com auxílio de regras. Certos jogos focam em contar uma história específica em detrimento a vivenciar um personagem e ver como ele viveria e agiria em um mundo sobre diversas situações. Outros fazem o contrário, focam em vivenciar e experimentar um mundo através de exploração do mesmo, sendo a "história" apenas uma consequência dessa exploração. Isso quer dizer que um deles é RPG e o outro não? Ora, ambos proporcionam uma experiência diferente de qualquer outro jogo, com liberdade para criar histórias, mesmo que por meios diferentes. A única diferença é o foco de cada uma em como fazer isso. 

Para terminar acredito que tentar limitar o RPG a apenas um coisa específica em detrimento a todas as outras experiências de jogo possíveis é uma atitude estúpida  que só traz prejuízos ao nosso hobby, que já é pequeno e tem viada... digo, mi-mi-mis demais entre os jogadores (sempre tem aquelas rivalidades idiotas entre quem joga 3D&T com D&D, que não gosta de GURPS,etc, mas aí já é tema pra outra postagem). RPG é um jogo em que as pessoas participam tendo a experiência de fazer parte de um cenário fictício, usando personagens fictícios, interagindo e modificando-o em conjunto. O resto é detalhe. Você pode usar mais ou menos regras, com mais ou menos detalhes em cada aspecto dependendo do seu jogo. E porque elas fazem isso? Porque é divertido, porque isso permite que as pessoas vivam outras experiências que não viveriam sem ele, e essas experiências são surpreendentes. Regras do jogo são apenas maneiras diferentes de se proporcionar experiências diferentes. Elas não são a experiência completa. RPGs, por sua natureza, não são jogos completos.

Caso vocês procurem defender o "Magnânimo" John Wick, saibam que eu não estou sozinho.É só dar uma busca no google e vocês veram diversas outras pessoas falando tudo isso, talvez de um jeito melhor. Besnoit Poire, por exemplo, tem uma postagem no Facebook em que ele explica tintim por tintim porque esse artigo do John Wick é uma furada e bastante perigoso.

E vocês? Tem alguma opinião sobre o assunto? Será que se um RPG se importar em como um golpe de espada é diferente de uma voadora, ou de uma bola de fogo ele se torna um Board Game?

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